Com lágrimas e saudade, romeiros se despedem de Juazeiro do Norte
Categoria: Basílica
03/11/2016 Por: Daniele Castro e Ingrid Monteiro/AMEX
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Romeiros do Padre Cícero e da Mãe das Dores se despediram, nesta quarta-feira (2), da maior romaria de Juazeiro do Norte, a Romaria de Finados, durante a Despedida dos Romeiros e Bênção dos Chapéus, realizada tradicionalmente, ao meio dia, na Basílica Santuário Nossa Senhora das Dores. O momento contou com a presença do bispo da Diocese de Crato, dom Fernando Panico, do seu coadjutor, dom Gilberto Pastana, e do pároco da Paróquia Nossa Senhora das Dores, padre Cícero José.
Durante a programação, foi tarefa impossível encontrar alguém que não se emocionasse com os milhares de romeiros, os quais, com lágrimas nos olhos, se despediram de Juazeiro do Norte aos pés do altar da Mãe das Dores, padroeira do município. No último dia da Romaria de Finados, os fiéis levam para casa uma mala carregada de experiências, partilhas, ensinamentos, alegrias e também muita saudade.
É o caso da devota maranhense Maria Madalena Costa que, após 30 anos, volta a visitar a ‘Terra do Padre Cícero’. Sem conseguir esconder as lágrimas nos olhos, a romeira expressa a alegria de estar em Juazeiro e vivenciar a romaria. “Não cabe em mim tanta emoção. Depois de tanto tempo, voltar ao Juazeiro, como se fosse a primeira vez. Aqui renovo as minhas expectativas de vida para continuar a minha romaria em minha comunidade”, declara.
Homenagem
Durante a Despedida do Romeiro, o padre Cícero José motivou um momento de silêncio na igreja em memória de todos os romeiros falecidos, leigos colaboradores e do Monsenhor Murilo, que por quase 50 anos se dedicou à Casa da Mãe das Dores. “Lembremo-nos daqueles que, ao longo deste primeiro centenário da Paróquia de Nossa Senhora das Dores, passaram por aqui. Os romeiros, leigos e padres, em especial, o Monsenhor Murilo e a Irmã Ana Tereza, que, hoje, se encontram com Deus”, pontuou o sacerdote.
Neste último dia da Romaria de Finados, o bispo dom Fernando se despediu da nação romeira, após 15 anos dedicados à Diocese de Crato. A partir do mês de janeiro, ele torna-se bispo emérito da Diocese, sendo sucedido pelo seu coadjutor, dom, Gilberto Pastana. Na ocasião, os romeiros e o coral da Mãe das Dores, da Basílica Santuário, renderam-lhes homenagens, cantando ‘Ave Maria’, acompanhados pelo violino.
Presentes e demonstrações de carinhos marcaram a despedida dos peregrinos a Dom Fernando, em razão de sua renúncia por motivos de saúde. A devota Hilda da Silva, de Gravatá-PE, ganhou o chapéu de palha do bispo diocesano e se emocionou com o ato simbólico de carinho. “Vou guardar bem guardado esse chapéu e o trarei todos os anos para a romaria”, disse emocionada.
Romaria especial
Dentre as inúmeras maneiras de se manifestar a fé, a Romaria de Finados de Juazeiro do Norte tem um significado especial. Os devotos de Padre Cícero e da Mãe das Dores buscam, por meio de atitudes e sacrifícios, honrar a Deus sobre todas as coisas e reverenciar aqueles em que depositam sua fé e devoção. Este ano, a romaria acolheu, em sua maioria, romeiros do estado de Pernambuco (6.220 pessoas) e de Sergipe (3.627), de acordo com os registros realizados na Sala de Informações ao Romeiro.
Os romeiros iniciam a romaria dentro de seus lares e viajam centenas de quilômetros para reviver a memória de Padre Cícero Romão Batista e homenagear entes queridos que alcançaram a vida eterna. Em comunhão, fazem suas orações, prestam suas homenagens, agradecem as graças alcançadas, acolhem e são acolhidos pela “cidade santa” do Ceará, vivenciando a experiência plena da romaria, sempre com o mesmo propósito: por intercessão de Nossa Senhora das Dores e de Padre Cícero, pedir a bênção de Deus.
Agora, com o chapéu na cabeça, os romeiros retornam às suas casas, com a certeza do dever cumprido e o coração cheio de esperança.